Cineasta santa-mariense lança curta com narração de Manuela do Monte

Dois santa-marienses se unem em um trabalho que promete trazer reflexões sobre o debate das finanças públicas. “O Complô”, curta-metragem que revela manobras políticas por trás da dívida pública brasileira tem pré-estreia marcada para o dia 15 de setembro, em Porto Alegre. O filme, dirigido pelo cineasta santa-mariense Luiz Alberto Cassol é baseado no livro de mesmo nome, escrito pelo Deputado Federal Constituinte Hermes Zaneti, e conta com narração da atriz também santa-mariense Manuela do Monte. “O Complô” revela as manobras políticas por trás da gestão das finanças públicas que resultam no favorecimento das elites financeiras, com toda sorte de medidas que garantem a essa camada de rentistas os ganhos exorbitantes com os juros estratosféricos pagos pelos títulos públicos federais.

Com produção da Filmes de Junho associada com a Abravídeo, e atuação do próprio Hermes Zaneti. “O Complô” têm recursos de acessibilidade como Audiodescrição, Libras e Legendagem para surdos e ensurdecidos (LSE) para que qualquer pessoa com deficiência visual ou auditiva possa assistir.

– O filme é necessário porque nos ajuda a entender como essa máquina pública funciona a favor dos rentistas e como nós podemos, enquanto sociedade, nos unir para reverter a situação – diz o diretor Luiz Alberto Cassol.

Hermes Zaneti, é autor do livro que inspirou o curta e também no filme. (Imagem: Divulgação)

A gestão da dívida pública federal é possivelmente o debate mais interditado na esfera pública da sociedade brasileira. Na maior parte das vezes é “naturalizada” como um problema técnico-econômico a ser gerenciado de maneira responsável. Essa história tem raízes nos anos 70 e 80, que passou pelos debates e envolveu tramas às claras e às escuras na Assembleia Nacional Constituinte, em momentos narrados e fartamente documentados no livro “O complô – Como o sistema financeiro e seus agentes políticos sequestraram a economia brasileira” (Verbena Editora; 280p., 2017), de Hermes Zaneti.

– Todos os que estão envolvidos nessa denúncia têm muita coragem. A nossa esperança é de que a mensagem do filme seja levada para o povo brasileiro, e que isso nos ajude a libertar o Brasil do sistema rentista do qual somos escravos – fala Zaneti.

O evento de pré-lançamento de “O Complô” será transmitido também pelo YouTube, neste link.

Agende-se:

O quê: pré-lançamento do curta-metragem “O Complô”Quando: quinta-feira, 15 de setembro, às 19hOnde: Auditório José Fraga Fachel da ADUFRGS-Sindical, na Rua Barão do Amazonas, 1581, Porto Alegre.Quanto: de graça

Confira o teaser do curta-metragem:

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Entrevista com Manuela do Monte, narradora de “O Complô”

1. Você narra o primeiro ato do filme, que já mostra como as dívidas interna e externa são usadas para sucatear o dinheiro dos brasileiros. O que motivou você a aceitar o convite para assinar a narração?

Três fatores foram importantes: a confiança que tenho em Luiz Alberto Cassol, roteirista e diretor do filme, quem conheço de longa data. Inclusive Cassol esteve comigo em meu primeiro set de gravação da vida, o “Manhã Transfigurada” (direção de Sérgio de Assis Brasil), trabalho que me proporcionou novos caminhos. Além disso, a ideia do Cassol de trazer uma voz feminina para um universo tão masculinizado, e a oportunidade de me envolver e conhecer mais sobre o tema foi um fator determinante para meu envolvimento com essa locução. E, claro, o desafio de tentar, com minha interpretação, tornar mais fácil a compreensão desses termos técnicos, inclusive para mim, que também sou uma aprendente.

2. Muitas vezes, termos mais técnicos, políticos e econômicos podem ser de difícil compreensão para as pessoas. Na sua opinião, de que forma o filme aproxima a população do debate sobre a dívida e as finanças públicas?

Levar ao público essa história por meio de um filme já aproxima as pessoas a esse debate. O fato de estarmos aqui nesse diálogo sobre a importância desse documentário já desempenha esse papel. O filme existe, as pessoas terão acesso ao conteúdo dele e podem, a partir daí, pensar a respeito. Uma outra questão é que a pesquisa da realização de um documentário permite ao público o conhecimento e a reflexão sobre qualquer temática.

3. O filme tem pré-lançamento marcado para esse mês, logo antes das eleições. Como você enxerga o impacto do conteúdo no momento atual da política brasileira?

Não é só sobre enxergar o impacto, mas sobre desejar que o espectador utilize o filme como ferramenta de acesso à informação para refletir sobre qualquer momento político, inclusive.

4. Quais são as suas expectativas para o pré-lançamento do filme, tanto em relação ao evento quanto à recepção do público?

A minha expectativa é que um maior número de pessoas possível assistam ao filme e reflitam sobre as questões que “O Complô” apresentará.

5. Assim como você, o diretor do filme, Luiz Alberto Cassol, nasceu em Santa Maria. Como foi a experiência de trabalhar em conjunto?

A experiência de trabalhar com Cassol é um reencontro com um artista, parceiro de longa data, com quem consigo acessar a um terreno fértil artisticamente.

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